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Chicago

E chegou ao fim mais uma viagem incrível! Nosso último dia em Chicago foi um domingo ensolarado e de céu azul, com temperatura mais alta do que nos dois dias anteriores. Tudo isto só para ficar com mais vontade de continuar por lá! Fizemos o check out no hotel e deixamos as malas guardadas na recepção. Fomos tomar café em uma padaria em frente ao Millenium Park, a Panera Bread. No meu há vários tipos de pães, iogurte, sanduíches etc. Pedi o trio café espresso + croissant + yogurt parfait e ainda levei um muffin para comer no caminho. Não precisei me preocupar com comida pelas próximas 5 horas!

Panera BeradEra Dia das Mães e mesmo assim a região do Millenium Park estava cheia. Seguimos pelo parque e atravessamos a ponte até o museu the Art Institute of Chicago, que é o segundo maior museu dos E.U.A. (perde somente para o MET de NY) e possui exemplares de arte americana, européia, asiática e também arte moderna e contemporânea. Possui também uma notável coleção de arte impressionista e mais de 260.000 obras.

The Art Institute ChicagoCompramos o ingresso na bilheteria do museu e a fila estava pequena. Era o último dia da exposição temporária “Picasso & Chicago” e decidimos começar a visita ao museu por esta imperdível exposição. Coincidência ou não, há exatos 100 anos era exibida neste mesmo museu a primeira obra de Pablo Picasso em território norte americano. O curioso é que o artista nunca esteve em Chicago, muito menos nos E.U.A.

The Art Institute

DSC_0975Valeu a pena enfrentar quase 40 minutos de fila para ver a exposição com mais de 250 trabalhos do grande artista espanhol. Vimos de perto esculturas, pinturas, desenhos, cerâmicas e trabalhos em papel feitos por Pablo Picasso:

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Pablo Picasso

O grande destaque da exposição é o material com os estudos que Picasso fez para a escultura “The Chicago Picasso”, que está localizada na Daley Plaza, em Chicago (mostrei a foto desta escultura no post sobre o primeiro dia na cidade).

Chicago Picasso

A escultura foi instalada no ano de 1967 (imagem do dia da inauguração ao fundo da foto acima) e Picasso nunca explicou o que ela representa. Quando vi a escultura pela primeira vez, pensei que se tratava da cara de um macaco e muitos realmente acreditam que seja este o significado da escultura. Porém, quando vi a foto do Picasso fazendo um croqui do trabalho, já concluí que são duas metades de um rosto em perfil (alguns dizem que é um busto de uma mulher):

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Abaixo dá para ver alguns estudos que Picasso fez para a escultura:

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Adoramos a exposição, com uma riqueza de detalhes e obras de Pablo Picasso, que é um dos meus artistas favoritos!

Depois continuamos o passeio pelo museu para conhecer seu diversificado acervo de arte. Gostei muito da área destinada à arquitetura e Design, onde estão expostos vários elementos decorativos (gradis, vitrais, ornamentos etc) e alguns deles faziam parte de residências projetadas por Frank Lloyd Wright.

Arquitetura e Design

A visita ao museu rendeu boas horas de cultura e saímos de lá por volta das 14h. Nosso vôo sairia às 21:30h e ainda restava tempo para bater perna. Seguimos a pé e fomos até o Lurie Garden,  um jardim público de 10.000m2 de área localizado em frente à nova entrada do museu. O Lurie Garden foi projetado por  Kathryn Gustafson (também projetou o memorial à Princesa Diana, em Londres), Piet Oudolf, e Robert Israel e 60% das plantas são espécies nativas do estado de Illinois. Em todas as quatro estações do ano os visitantes encontram espécies de plantas no jardim. Um ótimo lugar para descansar, contemplar a natureza e apreciar a vista do skyline de Chicago.

Lurie Garden

 Após passar um tempo no jardim, seguimos para o Millenium Park e de lá fomos para a Target (tem preço melhor do que as farmácias e muita opção de cosméticos) comprar alguns itens de maquiagem que não havia encontrado. Aproveitamos para comer no Pret a Manger e fazer uma hora antes de ir pro aeroporto. Logo que saímos de lá passamos em frente à loja da Garrett Popcorn, a pipoca mais famosa de Chicago e que já tem loja no Aeroporto de Guarulhos, e não resisti ao cheiro maravilhoso. Comprei um pacote pequeno da pipoca com pedaços de chocolate amargo e castanhas, simplesmente deliciosa!

Garrett Popcorn

Fonte da imagem: http://www.garrettpopcorn.com/

Voltamos para o hotel, trocamos de roupa e pegamos nossas malas. Fomos para o aeroporto de metrô e em pouco mais de 1h chegamos no Chicago-Ohare International Airport.  A fila para o Raio-X estava enorme e demoramos quase 1h até portão de embarque. Como este aeroporto é um dos mais movimentados do mundo, o número de passageiros é muito alto e, por isso, as filas são inevitáveis. Para quem vai decolar deste aeroporto, o ideal é chegar com bastante antecedência para não perder o vôo.

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 Despedindo do hotel e da estadia incrível que tivemos por lá!

Nossa viagem foi incrível e Chicago foi uma agradável surpresa. Não vejo a hora de voltar!

No penúltimo dia em Chicago já estávamos cansados, afinal as férias já estavam chegando ao fim e andamos muito pra cima e pra baixo todos os dias. Deixamos este dia livre, sem programações culturais e compromissos de turista. Sempre gosto de deixar um day off quando estamos viajando para recarregar as energias, pois viajar é muito bom mas também é cansativo.

Acordamos mais tarde neste dia e após tomar café da manhã em uma padaria próxima ao hotel seguimos caminhando pelas ruas da cidade. Estávamos a procura de uma mala de bordo para cada um, já que as compras excederam um pouco o espaço que tínhamos de bagagem! Encontramos o modelo ideal por um preço ótimo na Marshalls, que é uma loja de ponta de estoque enorme e vende roupas, malas, cosméticos, sapatos etc a um preço muito bom. Se estiver disposto a garimpar dá para encontrar vários produtos de qualidade por metade do valor das lojas. Vale a pena!

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Fonte da imagem: http://www.marshallsonline.com/

De lá voltamos pro hotel para deixar as malas e as compras que fizemos e voltamos novamente para a N Michigan Avenue, onde há lojas de várias marcas. Confesso que foi um dia de folga de atrações turísticas, pois andamos bastante para comprar alguns itens que restavam, principalmente as encomendas das nossas famílias. Esta região é conhecida como Magnificent Mile.

Após quase 2km de caminhada e paradas em lojas, chegamos no Water Tower Place (um shopping center e edifício de uso misto – Oprah Winfrey tem um apartamento lá!), quase no fim da  N Michigan Avenue. São 07 andares de lojas (tem uma Macy’s enorme) e restaurantes, ideal para fazer as compras com calma. Tem uma loja da Lego com miniaturas dos principais edifícios de Chicago feitos com peças do brinquedo, só por esta vitrine já digo que vale a visita!

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Em frente ao Water Tower Place está a Chicago Water Tower, edifício construído em 1869 para abrigar uma enorme bomba d’água para tirar água do Lago Michigan. Este é um dos poucos edifícios que resistiram ao Grande Incêndio de 1871.

Chicago Water TowerIMG_3580

Após bater perna e comprar o que faltava, fomos almoçar no Bar Toma. Já passava das 16h e foi um “almojanta” com direito a pizza e vinho. E para sobremesa fomos à Ghirardelli (loja de chocolates com opções de doces e sorvetes também) que fica ao lado do Bar Toma e comemos um brownie com sorvete delicioso.

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O dia, que amanheceu com céu azul e sol, foi ficando nublado e mais frio ainda. Após comer voltamos caminhando para o hotel e ficamos na maior preguiça! Queríamos assistir a um show de jazz ou blues, mas os ingressos já estavam esgotados e desistimos de sair. Resultado: terminamos o dia arrumando as malas!

Nosso terceiro dia em Chicago começou cedo, pois às 8h fomos na Alamo buscar o carro que alugamos pela internet. Pouco antes das 9h partimos rumo à I-88 W e por volta das 10h chegamos na cidade de Plano. O motivo da viagem foi conhecer a Farnsworth House (conhecida como Casa de Vidro), que foi projetada pelo arquiteto alemão Ludwig Mies van der Rohe.

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Quando decidimos ir para Chicago, fui logo pesquisar quais obras de arquitetura seriam possíveis visitar e fiquei muito feliz quando descobri que a Farnsworth House está muito próxima a Chicago (meu sonho maior é conhecer a casa Fallingwater, projetada por Frank Lloyd Wright – um dos meus arquitetos favoritos). Quando montei o roteiro da viagem encaixei a visita a casa de vidro no mesmo dia da ida ao Chicago Premium Outlets, afinal o Du não queria fazer a visita e teria que incluir algum programa para ele se beneficiar também! Após definir o dia da visita entrei no site e comprei o ingresso. Paguei uma taxa extra para poder fotografar o interior da casa e valeu muito a pena. As visitas são guiadas e acontecem diariamente das 9:00h às 16:00h, em grupos de aproximadamente 10 pessoas.

Atualmente a Farnsworth House é um museu que pertence à National Trust for Historic Preservation (NTHP), uma organização privada e sem fins lucrativos e que também é responsável pela manutenção da casa de vidro. Além das visitas guiadas, é possível realizar casamentos, coquetéis e outras comemorações na casa de vidro. Já pensou que máximo casar neste cenário?!

Encontrei o grupo para a visita no interior do Centro de Visitantes, onde a guia nos explicou como seria a visita e falou um pouco sobre a casa. Lá dentro há vários livros sobre a Farnsworth House, cartões postais e pôsteres à venda. Há também banheiros para os visitantes e estacionamento gratuito, onde o Du ficou me esperando.

Centro de visitantes

O grupo foi dividido e seguimos em 02 carros para a casa, que fica a pouco metros do centro de visitantes. Seguimos a pé em um trecho de menos de 10m com o guia em direção à casa e em seguida avistamos a Farnsworth House, que foi construída em um lote contíguo ao Rio Fox.

Caminho Farnsworth House

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Mies van der Rohe projetou a casa no ano de 1946 para a Dra. Edith Farnsworth (médica nefrologista de Chicago), que queria uma residência para passar os fins de semana onde pudesse praticar seus hobbies e estar mais próxima da natureza. A cliente desejava construir uma casa que fosse um exemplo da arquitetura moderna e pediu ao arquiteto que projetasse a residência como se ele fosse o proprietário.

A construção da Farnsworth House começou em 1950 e estava quase finalizada em 1951. Mies van der Rohe era o arquiteto e o empreiteiro responsável pela obra, por isso não queria liberar a casa sem que estivesse 100% concluída. A esta altura o custo da construção ultrapassou o orçamento inicial e a Dra. Farnsworth se recusava a pagar esta quantia. Desta forma, o arquiteto processou a cliente para que pagasse a quantia devida de US$28,173 e em seguida Edith Farnsworth processou o arquiteto alegando que este fora negligente (a água da cobertura escorria para o interior da casa, problemas no sistema de calefação da casa etc). O advogado de Mies van der Rohe conseguiu provar que a Dra. Farnsworth aprovou a planta da residência, bem como os eventuais aumentos no orçamento inicial. No fim, a proprietária da casa teve que pagar a quantia devida ao arquiteto e as acusações de negligência que ela fez ao arquiteto foram consideradas sem fundamentos e descartadas.  A vitória de Mies van der Rohe colocou fim ao relacionamento dele com a cliente e a finalização da residência foi feita por outro arquiteto.

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No ano de 1968 o departamento de estradas condenou uma parte do terreno (8.100 m2) da residência para construir uma ponte/rodovia sobre o rio Fox. Dra. Edith Farnsworth entrou com um processo contra o projeto da rodovia, porém perdeu a causa. A proprietária decidiu vender a casa no ano de 1972 e então mudou-se para a Itália. Peter Palumbo comprou a Farnsworth House logo em seguida e fez várias melhorias na casa, da qual foi proprietário durante 31 anos. Em dezembro de 2003 a Farnsworth House foi vendida por US$7,5 milhões à organização National Trust for Historic Preservation (NTHP).

Ponte Rio Fox

Farnsworth House é um dos ícones da arquitetura e foi projetada de acordo com o Estilo Internacional (International Style). Possui estrutura metálica com pintura na cor branca, piso em mármore travertino, laje plana em concreto e esquadrias de vidro do piso ao teto (as cortinas garantem a privacidade da moradora). Os cômodos são todos integrados e somente o banheiro está isolado através de paredes e porta. No interior da casa não há lustres: somente a iluminação indireta a partir do uso de abajures, luminárias de piso e iluminação indireta para não interferir na estética minimalista da casa. Aqui vale a regra: menos é mais.

Nas fotos abaixo é possível ver a configuração da casa e a localização dos cômodos:

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Vista frontal da casa

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Vista posterior da casa

Legenda:

01) Patamar e escadas de acesso:

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A casa está elevada a 1,60m do solo para evitar que seja atingida por enchentes do Rio Fox. Porém nos anos de 1956, 1996, 1998 e 2008 a Farnsworth House foi inundada e sofreu alguns danos.

02)  Varanda:

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Deixamos os sapatos na varanda e colocamos um sapato de tnt (tipo aqueles que usamos no Raio-X do aeroporto) antes de entrar na casa.

03) Sala de jantar:

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04) Escritório:

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05) Estar / Lareira:
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06) Quarto:

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Na foto abaixo dá para ver a maçaneta da porta do banheiro:

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07) Cozinha:

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Esqueci de tirar foto do banheiro, que está localizado entre a cozinha e a sala de estar, com a porta de acesso no quarto.

A casa tem uma vista espetacular a partir qualquer ponto e o propósito de servir como um refúgio para a Dra. Farnsworth foi alcançado da melhor forma possível. Nas fotos abaixo estão a fachada posterior da casa e a vista do quarto:

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posterior

A visita valeu muito a pena e recomendo também para quem não é arquiteto. É impressionante como uma casa construída há mais de 60 anos parece ter sido erguida ainda nesta década!

Após a visita seguimos pela estrada de volta à Chicago, mas no meio do caminho paramos na cidade de Aurora no Chicago Premium Outlets. Nosso tempo lá foi corrido, mas conseguimos ótimos descontos e conseguimos aproveitar bem as poucas horas de compras. Há várias lojas interessantes, o outlet não é enorme (ao contrário do Sawgrass Mills de Miami, por exemplo) e não estava cheio. A parte ruim é  que o sales tax em Illinois é um dos mais altos dos E.U.A. (a taxa é de 9,25%).

Chegamos em Chicago por volta das 19:30h e o Du foi devolver o carro. Fazia muito frio, estávamos famintos e muito cansados! Acabamos comendo um lanche no Mc Donald’s na esquina do hotel (impressionante como a esta hora já estava quase tudo fechado) e voltamos pro hotel e capotamos!

O segundo dia em Chicago começou bem preguiçoso, afinal no dia anterior acordamos cedo para nos encontrar com o guia (após dormir super pouco, visto que chegamos no hotel por volta das 2h!) e ainda batemos perna o dia inteiro!

Já que o café da manhã não estava incluso na diária, decidimos fazer nossa primeira refeição do dia na esquina da rua do hotel, no café / padaria Corner Bakery. O lugar é uma delícia e possui várias opções deliciosas de café da manhã: frutas, omeletes, iogurtes e diversos tipos de pães. Saímos de lá quase na hora do almoço ainda sem saber ao certo o que faríamos naquele dia nublado.

Corner Bakery

Seguimos caminhando pela Michigan Avenue e decidimos ir até o Shedd Aquarium, já que o dia estava bem nublado e com previsão de chuva. No caminho encontramos uma entrada para a estação do metrô exatamente igual ao modelo parisiense. Tive um déjà vu de um dos dias que passamos na capital francesa em 2008! E não é que se trata de uma réplica das entradas em estilo art nouveau criadas por Hector Guimard para o metrô de Paris?

Metra Chicago

Continuamos a caminhada por dentro do Grant Park para conhecer o que não tínhamos visto no dia anterior e foi um passeio muito agradável. Há várias árvores, muita grama e uma fonte linda no meio do parque, a Buckingham Fountain que é uma das maiores fontes do mundo.

DSC_0711 DSC_0714 Growing Power

Buckingham Fountain

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Seguimos andando por um caminho que sai da fonte e vai até a margem do Lago Michigan, onde há um calçadão que vai até o Shedd Aquarium:

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E depois de algum tempo de caminhada lá estava ele: o Shedd Aquarium.

Shedd Aquarium

Skyline Chicago

O aquário foi inaugurado no ano de 1930 e está instalado em um edifício em estilo clássico, com colunas e capitéis dóricos, jônicos e coríntios, mármores e  muitos detalhes executados com perfeição. Os lustres possuem motivos que remetem ao fundo do mar e são encantadores!

Recepção Shedd Aquarium DSC_0871 lustres DSC_0873 DSC_0872

Compramos o ingresso na hora (foram alguns minutos de espera em uma fila) e pagamos US$34,95 por pessoa, com direito a assitir a um filminho em 4D. Apesar de não ser um valor barato valeu muito a pena, pois o aquário é grande e possui várias atrações. Saímos de lá na hora que fechou e deu para ver tudo com calma.

O Shedd Aquarium está dividido em 08 atrações: Amazon Rising, Caribbean Reef, Jellies (seção dedicada às águas-vivas, a que mais gostei!), Abbott Oceanarium, Polar Play Zone, Waters of the World, At Home on the Great Lakes and Wild Reef. As atrações são bastante interativas e repletas de informações, um lugar ideal para crianças e adultos.

Amazon Rising DSC_0749 DSC_0855

Caribbean Reef

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Jellies

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Abbott Oceanarium DSC_0757

Waters of the World DSC_0824 DSC_0792 DSC_0829 DSC_0830 DSC_0838

 

At Home on the Great LakesDSC_0860 Wild Reef DSC_0834 DSC_0850

 

Saímos do Shedd Aquarium por volta das 18h e estávamos acabados! Voltamos a pé em direção ao hotel e quando faltavam algumas quadras para chegar, caiu um temporal. Assim que a chuva diminuiu um pouco, continuamos a andar e como estávamos famintos entramos no mesmo pub que fomos na noite anterior: Miller’s Pub. Chegamos no horário que a maioria das pessoas sai do trabalho e estava lotado. Esperamos pouco menos de 20 minutos por uma mesa e comemos um cheesburger muito bom! Chegamos no hotel e capotamos, afinal teríamos que acordar cedo no dia seguinte para continuar nossa viagem.

Nosso primeiro dia em Chicago começou no Centro Cultural da cidade, que fica a poucas quadras do hotel. Lá nos encontramos com o nosso guia que faz parte do Chicago Greeterprograma que oferece guias voluntários para mostrar a cidade aos turistas durante um passeio de aproximadamente 3h. Detalhe: totalmente gratuito!

Centro Cultural

Encontrei a dica no blog Sunday Cook (clique aqui) e logo já entrei no site para fazer o cadastro. Há uma lista de preferência de temas e em qual língua você deseja que o seu guia se comunique. Em posse destas informações eles escolhem um guia que se encaixe em todos os pré-requisitos escolhidos, o que torna o passeio um tour personalizado.

Chicago Greeter

Minha primeira opção de idioma foi o português e na sequência o inglês. Eu e o Du falamos e entendemos bem inglês, mas ter a chance de fazer um passeio e conhecer a cidade com um guia falando nossa língua nativa seria bem mais prático. Apesar de a primeira opção ter sido na língua portuguesa, não acreditei que nosso guia falasse nosso idioma. Logo que vi o guia já soltei um “Hi! You’re Howard, right?”e ele disse “Bom dia, Izabella!”. Que surpresa boa!

O Howard é americano mas nos anos 1970 morou durante 05 anos em São Paulo e até hoje ainda fala, e muito bem, o português. Ele nos disse que sempre atende turistas brasileiros pelo programa e confessou que adora, pois é uma forma de praticar nossa língua.

Nosso passeio começou no próprio Centro Cultural, inaugurado no ano de 1897. O edifício, em estilo neoclássico, possui em seu interior mármores de diversos tipos, mosaicos, elementos em bronze e a maior cúpula Tiffany do mundo! São vários detalhes que me deixaram encantada:

DSC_0357 Cúpula Tiffany

DSC_0364 Sala de concertos

DSC_0355Maravilhoso o Centro Cultural, não é mesmo? Ao sair de lá, atravessamos a Michigan Avenue e chegamos no Millenium Park, que faz parte do Grant Park:

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É lá que está a famosa Cloud Gate, escultura do artista Anish Kapoor, composta por 168 placas de aço inox e também conhecida como The Bean (O feijão, em inglês), devido a sua forma:

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Dá para brincar bastante na parte interna da escultura com as formas das imagens refletidas nas placas de aço inox. Eu e o Du ficamos olhando a escultura alguns minutos tentando encontrar a junção das placas e não conseguimos identificá-las! A escultura parece ser um bloco inteiro de aço inox.

A poucos metros dali está o Jay Pritzker Pavilion (o sobrenome da família Pritzker, que também dá nome ao maior prêmio da arquitetura), uma concha acústica projetada pelo arquiteto canadense Frank Gehry (lembra dele neste post de Los Angeles?):

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Jay Pritzker Pavilion foi construído junto ao Harris Theater e possui 4.000 assentos fixos e um enorme gramado ao fundo para acomodar mais 7.000 pessoas, principalmente nos concertos de verão. A área central é composta por diversas placas de aço inox fosco, de onde saem as treliças compostas por tubos de aço, os quais acomodam as caixas do sistema de som:

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Imagina que delícia estar aí em um concerto? Achei tudo fantástico! E ao lado do pavilhão, Frank Gehry projetou uma ponte para pedestres sobre a Columbus Drive para conectar o Milenium Park a outra parte do Grant Park. A ponte também serve como barreira acústica para evitar que o barulho dos carros vindos da Columbus Drive chegue até o Jay Pritzker Pavilion:

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É tudo simplesmente genial e um ótimo exemplo de que nós arquitetos fazemos muito mais do que simplesmente “casas bonitas e edifícios envidraçados”!

Seguimos pelo Millenium Park em direção ao museu The Art Institute (falarei mais sobre ele em outro post), mas nos contentamos em ver o museu somente do lado de fora:

The Art Institute

Atravessamos novamente a Michigan Avenue e entramos na loja da Chicago Architecture Foundation. Para os arquitetos o lugar é uma diversão sem fim, pois eles vendem inúmeros livros de arquitetura e também ingressos para vários passeios sobre arquitetura pela cidade. Mas mesmo para quem não é arquiteto recomendo a visita, pois nos fundos da loja está exposta uma enorme maquete da região central de Chicago. É imperdível!

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Depois que disse ao Howard que sou arquiteta, ele ficou super empolgado e nos levou em vários edifícios belíssimos, os quais provavelmente nem conheceríamos se estivéssemos sem guia. Entramos em alguns prédios para ver de perto vários detalhes encantadores:

Orquestra Sinfônica de Chicago

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Roosevelt University DSC_0412 DSC_0418

Vitrais DSC_0419

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Após visitar os edifícios, seguimos por uma rua transversal à Michigan Avenue e seguimos pela área do Loop. E no meio do caminho o Howard nos mostrou o prédio onde funciona a prisão de Chicago. Esta unidade é onde os presos ficam antes do julgamento (prédio triangular em primeiro plano):

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Passamos embaixo das estruturas metálicas por onde passam os trens:

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O Howard sugeriu que entrássemos no Marquette Building, um dos edifícios que representam o estilo Escola de Chicago e que eu não conhecia:

Marquette Building

No hall de entrada há mosaicos Tiffany que contam trechos da vida de Jacques Marquette (explorador europeu) e dos nativos que conheceu em Illinois:

Mosaicos Tiffany

O passeio continuou com vários edifícios importantes da cidade e também com várias obras de arte no caminho:

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Escola de Chicago

A giant flamingo

Marc Chagall

Joan Miró

Pablo Picasso

Fiquei completamente apaixonada pela cidade após este passeio! E olha que foi só a primeira metade do nosso primeiro dia em Chicago! O tour terminou no edifício James R. Thompson Center que abriga escritórios do governo estadual de Illinois. A partir do térreo os visitantes conseguem ver todos os 17 andares de escritórios que são abertos para o centro do edifício. A ideia é passar a mensagem de um “Governo aberto em ação”:

DSC_0474 DSC_0475 Jean Dubuffet

Foram mais de 3 horas de visita com o Howard e amamos toda a experiência, recomendo! O legal deste tipo de passeio é que é guiado por moradores da cidade que conhecem vários lugares que não estão nos guias turísticos e além de ser totalmente personalizado e com poucas pessoas. Após nos despedirmos do guia fomos almoçar no térreo do edifício, onde há uma praça de alimentação com vários restaurantes. Comemos uma pizza bem meia boca e seguimos para o segundo passeio do dia: um passeio de barco pelo rio Chicago.

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Antes mesmo de decidir conhecer Chicago, eu já tinha esta dica salva no computador. Este passeio é oferecido pela Chicago Architecture Foundation (a mesma que citei lá em cima, quando entramos na loja deles para ver a maquete de Chicago) e a ideia é fazer um tour a bordo de um enorme barco durante 90 minutos com um guia que vai contando a história de Chicago e também de aproximadamente 50 edifícios da cidade. A embarcação tem banheiros e bar para comprar bebidas e todos os passageiros são acomodados em cadeiras durante o percurso.

O passeio está disponível a partir de abril e vai até o fim de novembro. É possível conferir os horários disponíveis através do site e também comprar os ingressos on line. Preferi comprar os ingressos no dia mesmo, pois não sabíamos que horas exatamente terminaria o passeio com o guia e se não conseguíssemos chegar a tempo o dinheiro não seria devolvido e perderíamos os ingressos. Conseguimos comprar na hora que chegamos no local, faltando 15 minutos para o barco partir. Foi ótimo ter feito o passeio no primeiro dia, pois tivemos um panorama da cidade e de sua história e também porque foi o dia mais lindo (céu azul + sol) e de temperatura amena durante a viagem!

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A guia do nosso passeio nos contou várias curiosidades sobre Chicago e a que mais chamou nossa atenção foi a explicação sobre a origem do nome da cidade: reza a lenda que Chicago era um grande pântano, portanto era chamada de Checagou, que significa “grande cebola fedida’.

Foi um passeio super agradável, tanto pelo fato de ter conhecido muito sobre a história de Chicago e principalmente por ver de perto e ouvir a guia falar sobre vários símbolos da arquitetura da cidade:

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Após o passeio, seguimos caminhando pelas ruas de Chicago. Nas ruas vimos vários canteiros com tulipas de todas as cores:

Tulipas

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Fomos em direção ao edifício John Hancock para apreciar a vista da cobertura de um dos edifícios mais altos da cidade (atualmente é o 4º da lista):

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Assim como acontece em NY (Empire State Building versus Top of the Rock), em Chicago existe a opção de subir no observatório da Willis Tower (edifício mais alto de Chicago, ingresso a US$19,00) ou do John Hancock (ingresso a US$18,00). Mas neste último existe um restaurante no 95º onde é possível subir sem pagar ingresso e de quebra ainda ver a mesma vista que se tem do observatório, que está no 94º andar. Mas claro que o ideal é sentar em alguma mesa e consumir, no mínimo, uma bebida enquanto aprecia a vista! Foi ótimo para descansar e ver do alto a minha mais nova cidade preferida! Quem nos deu a dica foi o Howard e valeu muito a pena!

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Ao sair de lá já estávamos exaustos, mas ainda sobrou um pouco de energia para voltar caminhando até o Millenium Park e ver as fontes de LED que ficam próximas ao “The Bean” e também aproveitar para tirar algumas fotos com a linda luz do fim do dia:

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Nem fomos para o hotel, pois certamente capotaríamos! Estávamos famintos e decidimos parar no Miller’s Pub, que fica ao lado do hotel. Lugar super agradável, uma infinidade de opções de cervejas e comida muito boa. Para finalizar bem o dia produtivo que tivemos!

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Chicago nunca esteve no topo da minha lista de viagens, mas quando decidimos que nossas férias de 2013 seriam nos E.U.A. incluímos a cidade em nosso roteiro e à medida que fui pesquisando dicas na internet, fui me apaixonando cada vez mais por ela. Minhas referências sempre foram as cenas do clássico da Sessão da tarde “Curtindo a vida adoidado” (é impossível não lembrar da cena dos três amigos matando aula na Sears Tower – clique aqui para relembrar) que se passa na cidade e, claro, o fato de Chicago ser uma referência em termos de arquitetura. Foi lá que surgiu o estilo arquitetônico Escola de Chicago e vários dos melhores arquitetos do mundo (nomes como Frank Lloyd Wright, John Sullivan e Ludwig Mies van der Rohe) projetaram edifícios na cidade.

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A terceira cidade mais populosa dos E.U.A. sofreu um grande incêndio no verão do ano de 1871 que matou centenas de pessoas, deixou mais de 90 mil desabrigados e causou um enorme prejuízo financeiro. Reza a lenda que o fogo começou em um estábulo de uma fazenda quando uma vaca esbarrou em um lampião que ao cair no chão quebrou-se e espalhou as chamas. O incêndio tomou conta da cidade rapidamente devido à combinação do tempo extremamente seco (não chovia há meses), ventos e pelo fato de que a maioria dos prédios, casas e até mesmo ruas da cidade eram feitos de madeira.

Após o trágico incêndio a cidade foi logo reconstruída e foi nesta época que grandes arquitetos projetaram diversos edifícios e também criaram um plano urbanístico para a cidade. Já no ano de 1890 Chicago era a segunda maior cidade dos E.U.A. perdendo somente para Nova Iorque. No ano de 1893 a cidade foi sede da Exposição Mundial e ,de acordo com o guia que nos acompanhou no primeiro dia, foi nesta época que surgiu o apelido de Cidade dos Ventos (The windy city, em inglês). Ao contrário do que o apelido sugere (e do que eu sempre pensei) lá não venta tanto assim. Na época da Exposição Mundial Chicago era a cidade que estava sob todos os holofotes e o fato de ter sido reconstruída após o grande incêndio acabou atraindo a curiosidade e atenção de muita gente. Desta forma, todos comentavam sobre a cidade e como estava evoluindo. E foi aí que surgiu o apelido: ao falar sobre a cidade acabou criando-se um burburinho entre as pessoas e o barulho da conversa acabou sendo remetido ao barulho do vento. Um barulho parecido com o do vento: ssssshhhhh.

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Foram 05 dias inteiros em Chicago e fui embora completamente apaixonada! Confesso que Chicago chegou bem próximo do lugar que N.Y. ocupa no meu coração, pois é uma cidade grande mas bem mais limpa e organizada do que N.Y. Conseguimos ver as principais atrações turísticas com bastante calma e mesmo assim ainda não conseguimos visitar alguns lugares (Robie House e  Illinois Institute of Technology). Mas o lado bom bom é que sempre teremos algum motivo para voltar!

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Para montar o roteiro na cidade pesquisei várias dicas na internet, mas foquei a pesquisa em três sites que foram muito úteis: o blog Sunday Cooks (clique aqui para ver todas as dicas de Chicago), que reúne ótimas dicas e relatos de viagem de várias partes do mundo, o Trip Advisor (peguei várias dicas de restaurantes) e o Viaje na Viagem (adoro ler sobre as experiências de quem já visitou os lugares sobre os quais pesquiso). Prefiro pesquisar dicas na internet, pois além de ser mais prático do que os guias impressos, é possível montar um roteiro mais personalizado e evitar cair em roubadas turísticas.

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Fonte da Imagemhttp://www3.hilton.com/en/hotels/illinois/palmer-house-a-hilton-hotel-CHIPHHH/index.html

O achado de todas as nossas viagens foi este hotel em Chicago, The Palmer House Hilton que pertence à rede de hotéis Hilton. Assim como o hotel de São Francisco, dei um lance no Priceline e consegui a bagatela de US$155,00 pela diária. Lembrando que o dólar estava a R$2,00 na época em que viajamos, ou seja, pouco mais de R$300,00 para ficar em um hotel 04 estrelas, com localização excelente (fica na região do Loop) e padrão de qualidade Hilton. Ficamos hospedados em um quarto enorme, com 02 camas de casal, 02 banheiros e 02 guarda-roupas (parecido com o quarto da foto acima, porém com 02 camas). No térreo do hotel há várias lojas (é uma espécie de galeria comercial) e um StarCRAPPYbuck’s. O interior do hotel é lindo e o lobby é maravilhoso:

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Nosso principal meio de transporte em Chicago foram nossas pernas ou como dizemos lá em MG: “viação canelinha”! Nosso hotel era na área do Loop, região bem central da cidade e próximo aos principais pontos turísticos da cidade. Andamos de ônibus em um dia que já estávamos cansadíssimos e a impressão foi muito boa: ônibus limpo, confortável e relativamente vazio. Alugamos carro por um dia para ir a uma cidade vizinha e a estrada era boa mas com trânsito bem intenso.

Utilizamos o metrô somente para ir e voltar do aeroporto, mas para quem se hospedar em uma região mais distante do centro o metrô é uma excelente opção de transporte, pois possui 08 linhas com um total de 179 estações e é o segundo maior sistema metropolitano (em extensão) dos E.U.A. Os trens são velhos mas nada que atrapalhe a viagem. Chegamos em Chicago por volta das 23:30h e já não havia mais ônibus para o centro da cidade. Resolvemos pegar o metrô e aí foi um pouco assustador, pois só havia eu e o Du na plataforma. Em todos os vagões havia mendigos/sem teto que aproveitam o transporte para dormir. Sentamos com nossas malas e confesso que fiquei muito apreensiva. À medida que o metrô parava nas estações entravam mais passageiros, aí fiquei mais aliviada. Saímos da estação por volta de 1h da madrugada! A rua estava deserta e ainda bem que caminhamos poucos metros até chegar no hotel!

 

É com bastante atraso (5 meses para ser mais precisa!) que vou contar como foram nossas férias deste ano! Decidimos ir para os Estados Unidos e conhecer 03 cidades que sempre tivemos vontade de ver de perto: Los Angeles, São Francisco e Chicago.

Escolhemos Los Angeles como primeira cidade porque não existem vôos diretos de São Paulo para lá e na volta tivemos a opção de um vôo direto saindo de Chicago. Como na ida sempre estamos mas descansados e empolgados, resolvemos encarar o vôo de 5h de Guarulhos a Lima, com uma espera de 50 minutos para troca de aeronave, e depois mais 8h de vôo de Lima a Los Angeles. O primeiro trecho foi de TAM e havia 2 passageiras do Leste Europeu na poltrona atrás da nossa que eram verdadeiras MALAS e ficavam falando alto e empurrando nossas poltronas… O segundo trecho foi LAN Peru, em uma aeronave novinha e um excelente serviço de bordo. Uma pena que a LAN nunca pontua meus vôos no Tam Fidelidade…

De Los Angeles fomos de avião para São Francisco e lá pagamos um vôo com destino a Chicago. Esta foi minha terceira vez nos Estados Unidos e posso dizer que voltei ainda mais apaixonada por este país! Foram cidades completamente diferentes umas das outras e cada uma com seu charme e ponto alto. Já adianto que Chicago conquistou meu coração, principalmente pela fama de cidade da arquitetura!

Foram 14 dias de muita diversão, conhecimento, cultura e descobertas. E é sobre isso que vou falar nos próximos posts, com muito detalhe e fotos! Estejam por perto!

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Fonte da imagem: http://riflepaperco.com/item/Los_Angeles_Print/351/c2

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Fonte da imagem: http://www.jhilldesign.com/products/san-francisco-landmark-print

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Fonte da imagem: http://www.jhilldesign.com/products/chicago-city-print